terça-feira, 7 de outubro de 2014

A felicidade se afere?


O reconhecimento de que o bem estar inclui como dimensão importante a felicidade motivou a Assembléia Geral das Nações Unidas a tomar uma resolução histórica em julho de 2011. Através desta resolução, os países membros deveriam tentar mensurar o índice de felicidade de seus cidadãos. Em abril de 2012, foi realizada a primeira reunião de alto nível para tentar estabelecer a relação entre felicidade e bem estar. O primeiro relatório - World Happiness Report - foi publicado em 2013 Uma das principais conclusões deste relatório é que a felicidade traz uma série de benefícios. Não há dúvidas de que as pessoas felizes vivem mais e melhor, sendo também mais produtivas.

Ainda que a definição ampla de felicidade não seja determinada, principalmente pelas suas implicações inclusive filosóficas, sendo atividade não trivial, importa ressaltar que, na Ciência Econômica, há o reconhecimento oficial de que o bem estar não se esgota no consumo. Sabe-se que a felicidade é uma aspiração de cada ser humano, sendo também uma expressão de progresso social. Podemos identificar pelo menos dois significados associados à felicidade: como uma emoção ou como uma satisfação.

Na economia, técnicas de survey são utilizadas para conhecer o nível de felicidade das pessoas. Podemos ter a situação de pessoas extremamente afluentes com um grau de felicidade baixo no sentido emocional e pessoas em condições materiais precárias com elevado sentimento de felicidade no sentido emocional. Estas dimensões são igualmente importantes na avaliação do bem estar das nações dentro da Economia. De que forma as políticas públicas devem ser norteadas a fim de incorporar esta realidade? E as doenças mentais, tão frequentes no mundo desenvolvido, como podem ser incorporadas na tomada de decisão pelos formuladores de políticas? E como a literatura expressa e modifica esta realidade?

Analisaremos os principais resultados do World Happiness Report, da ONU de 2013, com a perspectiva focada na questão: Num processo inovador, Como podem as políticas publicas incorporar a literatura como meio de enfrentar os principais problemas e conclusões apontados pelo relatório , a saber:

- As doenças mentais são destacadas como o principal fator de infelicidade, entretanto, são amplamente ignoradas pelos formuladores de políticas.

- Os aspectos positivos da felicidade como bem estar são destacados e suas consequências econômicas derivadas.

- A felicidade como consequência dos valores, o que nos leva a levantar bases filosóficas que respaldam a felicidade e o bem estar.

- De que forma as políticas publicas podem usar o bem estar/ felicidade como objetivo de política?

- Qual a relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano da ONU e medidas de felicidade?

Importa analisar e refletir como a felicidade na literatura e na Economia podem convergir para uma plataforma comum de diálogo e de efeitos retroalimentadores com o fim de apontar caminhos capazes de incorporar a felicidade como objetivo de política central para os governos.


Maria Bernadete Gomes Pereira Sarmiento Guttierrez (Economista–Ipea)



Um comentário:

  1. Boa noite. Meu nome é Monique e eu sou estudante de economia.
    Estou interessada em estudar melhor o tema da felicidade/satisfação de vida (bem-estar subjetivo) e gostaria de perguntar se alguém possui referências para me indicar sobre o nível de felicidade dos cariocas.
    Desde já agradeço.

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